segunda-feira, 29 de agosto de 2011

XIII Congresso Nacional da Pastoral Familiar e os desafios da atualidade

Abertura do 13o Congresso Nacional da Pastoral Familiar
Abertura do 13o Congresso Nacional da Pastoral Familiar
O Congresso Nacional é um momento de grande importância que acontece a cada três anos e abre espaço para a renovação da caminhada dos agentes de pastoral de todo o Brasil. Esta 13ª edição começou na noite da sexta-feira, 19/ago, e teve como tema “Família,pessoa e sociedade” e como lema “Somos cidadãos e membros da família de Deus” (Cf. Ef 2,19). Às 19h foi montada a mesa solene para a abertura dos trabalhos,composta por dom João Carlos Petrini, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e bispo da Diocese de Camaçari (BA); dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, anfitriã do evento; dom Joaquim Justino Carreira, conselheiro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB e bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; dom Tarcísio Nascentes dos Santos, Presidente da Comissão para a Vida e a Família do Regional Leste 2 e bispo da Diocese de Divinópolis (MG); pe. Rafael Fornasier, Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família e Secretário Executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar; pe. Evandro Alves Bastos, Secretário Executivo do Regional Leste 2 da CNBB; pe. Edilson Raposo, Assessor eclesiástico da pastoral familiar do Regional Leste 2 da CNBB; pe. Jorge Alves Filho, Assessor Eclesiástico da Pastoral familiar da Arquidiocese de BH; Raimundo (Tico) e Vera Lúcia, casal coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Familiar; Júlio e Marília, casal coordenador da Comissão Regional da Pastoral Familiar Leste 2.
A dom Walmor coube as palavras de boas vindas aos palestrantes e congressistas. Ele acolheu a todos falando sobre as belezas Minas e afirmou: “sou um mineiro baiano e o baiano mais mineiro”, aludindo ao tempo em que viveu na Bahia.
Dom Petrini fez a abertura oficial do evento e os trabalhos da noite foram encerrados com uma oração.
No sábado,os trabalhos foram retomados com a oração feita pela equipe de liturgia que através da celebração do Ofício Divino das Comunidades.
A seguir,foram convidados ao palco do teatro do Minascentro os primeiros expositores do dia.
A primeira foi a dra. Maria Inês, médica e doutora em ciência da religião e teologia. Ela apresentou as tendências atuais que desconstroem o individuo e a família. Mostrou as tendências que vão diminuindo o valor da família. Exemplificou apresentando dados de uma pesquisa que fez com 500 universitários em 2002, onde foi feita a pergunta “qual seria seu decálogo se você fosse Deus” o resultado foi um surpreendente quarto mandamento que dizia “ser família é coisa do passado”. A partir disso,ela mostrou um caminho onde diz que no final deveremos ser “Curadores feridos”.
O segundo a apresentar-se foi o pe. Jorge,assessor Arquidiocesano da Pastoral Familiar de Belo Horizonte,que apresentou um panorama social da pessoa e da família,incluindo o âmbito pastoral. Segundo ele a ação pastoral tem que ser questionadora da condição humana atual para poder sugerir propostas. Terminou apresentando um trecho da Familiaris Consortio que fala sobre a constituição da família como Igreja Doméstica,onde o Bem-aventurado João Paulo II exorta:“Família torna-te aquilo que és”.
A seguir, pe. Libânio,jesuíta e professor de teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE),o terceiro a apresentar-se, falou sobre diversos torpedos que vão destruindo a família. Ele apenas fez uma análise,sem entrar em detalhes sobre o que são os problemas,pois afirmou que na era da informação e do Google, informação é o que mais as pessoas têm. Ele discorreu e comentou o que está informado. Transmissão da cultura, transformação da cultura por 4 torpedos:a ciência,a autonomia, a história, a práxis, a Família como relação – relação e cuidado. Antes a família era cultura, agora é relação, pois mudamos a casa todos dia. A Pastoral Familiar precisa ensinar a se relacionar. Vivemos em uma sociedade fragmentada,quebrada por dentro, e nós precisamos organizar os caquinhos em mosaicos bonitos. Também trabalho da Pastoral Familiar.
Ao final das apresentações, foram comentadas as perguntas feitas por escrito para os debatedores.
A seguir, conforme a programação, foi convidada ao palco do auditório a dra. Renate Jost, psicoterapeuta de renome internacional, que criou e desenvolveu o método de abordagem e análise do inconsciente, para falar sobre a pessoa e a família através dessa abordagem. Ela apresentou aos participantes de maneira clara a 3ª dimensão da pessoa, aquela que se confere à pessoa uma visão humanística,que é a dimensão espiritual, que existe além da física e da psicológica. Mostrou como,em seus estudos, essa dimensão espiritual é muito importante e se manifesta já desde a concepção. Através de diversos casos que apresentou, a dra. Renate afirmou que as pessoas tendem, “a buscar o equilíbrio e a retomada do seu ‘eu’ sadio, que é aquele que é adquirido já desde o ventre materno”. Ela também passou algumas dicas sobre como evitar problemas com a pessoa, indicando o que pode ser feito pelos pais desde o tempo da gestação.
Terminada a apresentação da dra. Renate, os congressistas foram convidados ao almoço que foi servido nas dependências do Minascentro. Os trabalhos foram retomados às 14h.
Dom Petrini foi o expositor que falou aos congressistas logo após o almoço. Seu tema,Ecologia Humana,apresentou através de diversos pensadores,começando pelo Beato João Paulo II,passando por Bento XVI e chegando até mesmo a Karl Marx,que diante do pensamento humano é possível estabelecer o que é e como trabalhar a defesa do Ser Humano,de sua existência e de seus valores. Sua reflexão também foi na direção de que não é somente o problema da manipulação biológica que deve nos preocupar,mas a mentalidade reducionista que hoje está instalada na sociedade e que empobrece a pessoa. “Vivemos em um mundo que é deserto de amor”, enfatizou dom Petrini,“não se sabe mais amar”. Segundo o bispo,hoje se vive relações descartáveis onde o amor é transformado em um relacionamento superficial,onde não entra a opção da doação pelo outro e para o outro. Ele lembrou o exemplo de Cristo que diz “este é o meu corpo que dou por você” como um modelo a ser seguido pela pessoa e pela família,consequentemente. Afirmou que esta é “uma qualidade de amor que é verdadeiro porque procura o bem da outra pessoa”. Ao final da sua palestra, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família fez diversas indicações de atividades pastorais que os agentes podem desenvolver além do que atualmente já é feito. Entre as indicações,citou encontros com casais pelas casas de forma missionária para partilha da palavra e da vida e interações mais elaboradas com outros grupos e pastorais como a catequese.
Após a palestra de dom Petrini foi composta uma mesa para que a Pastoral Familiar pudesse falar sobre diversos aspectos da caminhada da Pastoral Familiar.
Após esse momento foi apresentado um filme sobre a vida do Servo de Deus pe. Eustáquio van Lieshout ss.cc.
Ainda no sábado foi celebrada a Santa Missa, presidida por dom Walmor,Arcebispo de Belo Horizonte e concelebrada pelos bispos e padres presentes. Após a missa,houve a apresentação do coral de canto gregoriano de Belo Horizonte.
O dia foi encerrado com uma confraternização,onde foi servido um caldo à mineira a todos os participantes do XIII Congresso,que foram convidados a retornarem ao Minascentro no domingo às 8h.

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